quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Como fica a contabilização de desconto de duplicatas em IFRS (CPC)? – Parte II

Exemplo A:
Alpha é uma empresa revendedoras de ferramentas e geralmente recebe pelas suas vendas a prazo.
Em 30 de junho de 2010, Alpha vai ao Banco Beta, pois está com capital de giro baixo e necessita de caixa para adquirir matérias primas para uma grande encomenda. Após conversas com o gerente da instituição financeira, os administradores de Alpha decidiram efetuar o desconto de duplicatas no valor (contábil) de R$ 500.000. Estas duplicatas vencem todas em 31 de março de 2011. A instituição financeira cobrou juros e taxas no montante de R$ 55.000, sendo que ela não tem o direito de regresso, i.e., em caso de inadimplência do devedor original da duplicata, o banco arcará com as perdas.
Como Alpha deve contabilizar esta operação?
Alpha transferiu TODOS os riscos e benefícios decorrente das operações, pois não arcará com as perdas (ficaram com o banco) e os recebimentos de caixa (benefícios) serão recebidos pela instituição financeira.
Com isso, pondo em prática o que aprendemos ontem, Alpha baixa o ativo (clientes) e reconhece uma perda imediatamente na demonstração de resultados de R$ 55.000.
Exemplo B:
Alpha é uma empresa revendedoras de ferramentas e geralmente recebe pelas suas vendas a prazo.
Em 30 de junho de 2010, Alpha vai ao Banco Beta, pois está com capital de giro baixo e necessita de caixa para adquirir matérias primas para uma grande encomenda. Após conversas com o gerente da instituição financeira, os administradores de Alpha decidiram efetuar o desconto de duplicatas no valor (contábil) de R$ 500.000. Estas duplicatas vencem todas em 31 de março de 2011. A instituição financeira cobrou juros e taxas no montante de R$ 35.000, sendo que ela detém o direito de regresso, i.e., em caso de inadimplência do devedor original da duplicata, o banco não arcará com as perdas, sendo ressarcido por Alpha (que retém o risco de crédito).
Como Alpha deve contabilizar esta operação?
Alpha não transferiu substancialmente os riscos e benefícios decorrentes das operações cedidas, pois caso o cliente da duplicata não pague o Banco Beta, Alpha deve fazê-lo.
Assim sendo, Alpha não baixa o ativo na contabilidade e cria um passivo (empréstimo) no montante de R$ 465.000, apurando uma despesa financeira de R$ 35.000 pelo prazo (competência) até 31 de março de 2011.
Exemplo C:
Alpha é uma empresa revendedoras de ferramentas e geralmente recebe pelas suas vendas a prazo.
Em 30 de junho de 2010, Alpha vai ao Banco Beta, pois está com capital de giro baixo e necessita de caixa para adquirir matérias primas para uma grande encomenda. Após conversas com o gerente da instituição financeira, os administradores de Alpha decidiram efetuar o desconto de duplicatas no valor (contábil) de R$ 500.000. Estas duplicatas vencem todas em 31 de março de 2011. A instituição financeira cobrou juros e taxas no montante de R$ 40.000, sendo que ela detém o direito de regresso de até 10% das perdas com esta carteira de clientes, i.e., em caso de inadimplência do devedor original da duplicata, o banco é ressarcido por Alpha até o limite de 10%  das perdas apuradas. É sabido que o índice das perdas históricas de Alpha é 5%.
Como Alpha deve contabilizar esta operação?
Alpha não transferiu substancialmente os riscos e benefícios na cessão de créditos, pois a entidade está garantindo ao banco que arcará com até 10% das perdas quando sua perda histórica e, “consequentemente”, a esperada, é de 5%.

IFRS BRASIL

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