quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Resolução questão 8 – Exame Suficiência Bacharel Ciências Contábeis 2014-2

Para resolver esta questão, temos que saber onde está situado o LUCRO BRUTO, ou seja, como se chega a este valor dentro da Demonstração do Resultado –DR.

Pois bem, o CPC 26, que trata da apresentação das demonstrações contábeis,  discorre que a DR deve conter no mínimo a seguinte estrutura:

(grave essa estrutura)

(=) receitas
(-) custo dos produtos, das mercadorias ou dos serviços vendidos
(=) lucro bruto
(-) despesas com vendas, gerais, administrativas e outras despesas e receitas operacionais
(-) parcela dos resultados de empresas investidas reconhecida por meio do método de
equivalência patrimonial
(=) resultado antes das receitas e despesas financeiras
(+/-) despesas e receitas financeiras
(=) resultado antes dos tributos sobre o lucro
(-) despesa com tributos sobre o lucro
(=) resultado líquido das operações continuadas
(+/-) valor líquido dos seguintes itens
(i)                  resultado líquido após tributos das operações descontinuadas
(ii)                resultado após os tributos decorrente da mensuração ao valor justo menos despesas de venda ou na baixa dos ativos ou do grupo de ativos à disposição para venda que constituem a unidade operacional descontinuada.
(=) resultado líquido do período

Bom, agora que já sabemos onde se situa o tal do lucro bruto, então vamos elaborar a nossa DR baseada nas informações da assertiva.

O xis da questão está em identificar o MOMENTO e MONTANTE exato do reconhecimento da receita.

A receita deve ser mensurada pelo valor justo da contraprestação recebida ou a receber, quer dizer, a vista ou à prazo.

Resguardadas as demais situações, a receita deve ser reconhecida quando a entidade tenha transferido para o   comprador os riscos e benefícios mais significativos inerentes à propriedade dos bens.

Podemos fizer que esses benefícios e riscos coincidem com a transferência da titularidade legal ou da transferência da posse do ativo, em outras palavras, na ENTREGA dos bens.

Sendo assim, vamos reconhecer como receita SOMENTE as vendas à VISTA e à PRAZO das mercadorias ENTREGUES.

(+) Venda Mercadorias entregues 12/2013 à vista
80.000,00
(+) Venda Mercadorias entregues 12/2013 à prazo
30.000,00
(-) Tributos s/ vendas (80.000+30.000)*10%
11.000,00
Total vendas/receitas líquidas
99.000,00

IMPORTANTE: Vale lembrar que os tributos incidentes sobre a receita devem ser subtraídos da mesma, pois são tributos e não receita.

Já identificamos a receita, agora é a vez dos CMV- Custo das mercadorias vendidas.
Vamos nos valer da seguinte fórmula: EI + C – EF = CMV

(=) Estoque inicial mercadorias
10.000,00
(+) Compras de mercadorias
60.000,00
(-) Estoque final de mercadorias
20.000,00
(=) CMV
50.000,00

Agora ficou fácil. É só juntar os resultados.

Receita Líquida de Vendas
99.000,00
(-) CVM
50.000,00
(=) Lucro Bruto
49.000,00

Gabarito letra C

Fonte: CPC 26-Apresentação das Demonstrações Contábeis

 PRONUNCIAMENTO TÉCNICO CPC 30 (R1)-Receitas

Resolução questão 7 – Exame Suficiência Bacharel Ciências Contábeis 2014-2

Primeiramente, vamos a algumas definições relevantes acerca do arrendamento mercantil.

Arrendamento mercantil é um acordo pelo qual o arrendador transmite ao arrendatário em troca de um pagamento ou série de pagamentos o direito de usar um ativo por um período de tempo acordado.

É classificado em FINANCEIRO e OPERACIONAL. Vejamos a diferença.

Arrendamento mercantil financeiro é aquele em que há transferência substancial dos riscos e benefícios inerentes à propriedade de um ativo. O título de propriedade pode ou não vir a ser transferido.
Arrendamento mercantil operacional é um arrendamento mercantil diferente de um arrendamento mercantil financeiro. Essa definição não ajuda muito, mas podemos considerar tudo que não se enquadre como arrendamento mercantil financeiro.

A questão discorre que o arrendamento em questão é o FINANCEIRO.

Vamos ao reconhecimento inicial da operação.

O arrendamento mercantil financeiro deve ser reconhecido por quantia igual ao valor justo da propriedade arrendada ou, se inferior, ao valor presente dos pagamentos mínimos do arrendamento mercantil, cada um determinado no início do arrendamento mercantil.

Conforme conceito acima, temos que encontrar o valor justo, bem como o valor do bem arrendamento, caso o valor justo seja menor, então usaremos o valor presente dos pagamentos mínimos. Esquematizando fica assim:

Valor bruto do investimento
49.200,00 (48*1.000,00+1.200,00-residual)
Valor justo ou valor no mercado para compra à vista
39.000,00

Valor justo menor que valor do investimento
Nesse caso usamos o valor presente
Valor presente dos pagamentos mínimos
38.700,00


Gabarito letra A


Fonte: NBC TG 06 (R1) – OPERAÇÕES DE ARRENDAMENTO MERCANTIL

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Resolução questão 6 – Exame Suficiência Bacharel Ciências Contábeis 2014-2

Questão trata da elaboração da Demonstração do Resultado.
Antes de iniciar a elaboração da Demonstração do Resultado, temos que calcular o CMV-Custo das mercadorias vendidas, já que a questão não apresentou tal valor.
Lembra da fórmula da da questão 2? Pois é, vamos utilizar a mesma.
Estoque Inicial + Compras – Vendas = Estoque Final
Ou
EI + C – V = EF


(+) Estoque Inicial Mercadorias
6.250,00
(+) Compras de mercadorias
16.000,00
(-) ICMS recuperável
2.400,00
(-) Estoque Final
10.250,00
(=) CMV
9.600,00


Agora vamos utilizar o esquema abaixo para encontrar o lucro bruto:
RECEITA DE VENDAS DE MERCADORIAS
-(-) IMPOSTOS SOBRE VENDAS
-(-) DEVOLUÇÕES DE VENDAS
-(-) CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS (CPV)



Vendas de Mercadorias
18.500,00
(-) ICMS sobre vendas
2.775,00
(-) CMV
9.600,00
Lucro Bruto ou Resultado Operacional bruto
6.125,00


Perceba que as despesas somente são abatidas após o cálculo do lucro bruto.

OBS: O ICMS sobre vendas é o valor que está embutido no valor das mercadorias, por isso ele é subtraído das receitas de vendas, pois se trata de Tributo, e tributo não é receita. Já no caso do ICMS a recolher, trata-se de valor calculado sobre as vendas, sendo demonstrado na parte das despesas operacionais na DR.

Gabarito letra B  

Resolução questão 5 – Exame Suficiência Bacharel Ciências Contábeis 2014-2

Bem, temos aqui uma questão de cálculo de depreciação. A princípio uma situação simples para calculo.

Vamos aplicar a mesma taxa de depreciação para todos os bens, bastando somente calcular o tempo que cada equipamento irá depreciar em 2013.

Equipamento A
Irá sofrer a depreciação no período completo em 2013, ou seja, 12 meses, pois foi adquirido em 03/2012. Vamos ao cálculo:
680.000,00 * 24% = 163.200,00 – Depreciação Anual

Equipamento B
Foi adquirido na metade do ano, portanto, começa a depreciar em 06/2013 até 12/2013, totalizando 6 meses de depreciação:

Para encontrar o percentual correto, podemos optar em fazer assim:
24% -taxa anual
2% - (24/12) Taxa Mensal
14% - (2*7) – Taxa equivalente aos 7 meses de depreciação (01/06/2013 a 31/12/2013)
510.000,00 * 14% = 71.400,00

Equipamento C
Seguindo a mesma lógica acima, este equipamento vai sofrer somente 3 meses de depreciação:
24% -taxa anual
2% - (24/12) Taxa Mensal
6% - (2%*3) – Taxa equivalente aos 3 meses de depreciação (01/10/2013 a 31/12/2013)
340.000,00 * 6% = 20.400,00
Esquematizando teremos:

Depreciação em 31/12/2013
Equipamento A
163.200,00
Equipamento B
71.400,00
Equipamento C
20.400,00
Total
255.000,00


Gabarito letra A

domingo, 28 de setembro de 2014

Resolução questão 4 – Exame Suficiência Bacharel Ciências Contábeis 2014-2

A questão trata da ITG 1000- Modelo Contábil para Microempresa e Empresa de Pequeno Porte, não confunda com as Normas da Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas – PME.

Vamos destacar para que você lembre o conceito básico de cada tipo de empresa:

Característica comum: sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o empresário a que se refere o art. 966 da Lei n º 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas.

O que diferencia uma da outra basicamente relativo ao enquadramento

- Microempresa: aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais)

- empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais)

O conceito fiscal acima foi adotado pelo CFC na elaboração da ITG 1000.

Sobre as notas explicativas, que é o que a questão indaga, vejamos quais as Demonstrações Contábeis são obrigatórias para estes tipos de empresa:

- Balanço Patrimonial
- Demonstração do Resultado
- Notas Explicativas

A elaboração do conjunto completo das Demonstrações Contábeis , a Demonstração dos Fluxos de Caixa, a Demonstração do Resultado Abrangente e a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, apesar de não serem obrigatórias para as entidades alcançadas pela ITG 1000, é estimulada pelo Conselho Federal de Contabilidade.

E finalmente, no item 39 da ITG 1000, eis que é discorrido sobre o conteúdo das notas explicativas:
No mínimo, as Notas Explicativas às Demonstrações Contábeis devem incluir:

(a)   declaração explícita e não reservada de conformidade com esta Interpretação;
(b)   descrição resumida das operações da entidade e suas principais atividades;
(c)   referência às principais práticas contábeis adotadas na elaboração das demonstrações contábeis;
(d) descrição resumida das políticas contábeis significativas utilizadas pela entidade;
(e)   descrição resumida de contingências passivas, quando houver; e
(f)   qualquer outra informação relevante para a adequada compreensão das demonstrações contábeis.

Ou seja, todas as alternativas estão corretas.


Resposta correta letra B

Fonte:

RESOLUÇÃO CFC N.º 1.418/12

Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006