O Balanço
Patrimonial da Sociedade Empresária Alfa, encerrado em 31/12/2016, apresentava
um ativo imobilizado reconhecido ao valor contábil de R$ 80.000,00. Em
31/12/2017, a Sociedade Empresária Alfa encontrou indicações observáveis de que
o valor desse ativo imobilizado diminuiu significativamente ao longo do ano de
2017, mais do que seria de se esperar como resultado da passagem do tempo ou do
seu uso normal. Ademais, a Sociedade Empresária Alfa tinha evidências
disponíveis, provenientes de seus relatórios internos, indicando que o
desempenho econômico desse ativo imobilizado seria pior que o esperado.
Sabendo
disso, a Sociedade Empresária Alfa, em 31/12/2017, reconheceu a perda por
desvalorização desse ativo imobilizado, assegurando que ele estivesse registrado
contabilmente por valor que não excedesse seu valor de recuperação.
Informações complementares
levantadas sobre esse ativo imobilizado:
·
Em 31/12/2007, as expectativas de mercado para o valor justo desse ativo foram
dadas pelos fluxos de caixa futuros líquidos de despesas de alienação, sendo:
Ano 2018 R$ 30.000,00;
Ano 2019 R$ 20.000,00;
Ano 2020 R$ 30.000,00.
·
Os fluxos de caixa futuros líquidos de despesas de alienação foram determinados
com base no valor indicado pelas expectativas de mercado, em 31/12/2017, em
relação à vida útil remanescente de 3 anos para esse ativo.
·
Em 31/12/2017, a taxa de desconto que refletia avaliações de mercado sobre o
valor do dinheiro no tempo e dos riscos específicos desse ativo imobilizado era
de 12% ao ano.
·
Em 31/12/2017, a expetativa era que, ao final de sua vida útil remanescente, o
ativo teria valor residual igual a zero.
Considerando-se somente as
informações apresentadas e a NBC TG 01 (R4) – Redução ao valor recuperável de
ativos e NBC TG 46 (R2) – Mensuração do valor justo, assinale, entre as
alternativas a seguir, aquela com o valor que mais se aproxima da perda por
desvalorização do ativo imobilizado que a Sociedade Empresária Alfa reconheceu
contabilmente em 31/12/2017. Considere ainda que se tratou de um ativo
individual e que ele não havia sofrido nenhum tipo de reavaliação.
A) R$ 95.017,00.
B) R$ 80.000,00.
C) R$ 64.083,00.
D) R$ 15.917,00.
Resolução
Bem pessoal, numa prova de contabilidade, o candidato se
depara com uma questão gigante dessas, cheia de informações, bate o desespero né?
Mas não podemos nos entregar fácil (rsrs).
Mas a “coisa” não é tão feia quanto parece...
Primeiro lugar, devemos saber em
qual momento se deve fazer o reconhecimento da perda por desvalorização. Pois é
isso que a questão quer saber.
Via de regra, temos que
reconhecer uma perda por desvalorização quando o valor contábil estiver superior
ao valor justo (líquido de
despesa de venda) ou de valor em uso
(dos dois o maior). Para entender melhor, vamos relembrar os conceitos abaixo:
Valor contábil é o montante pelo qual o ativo está reconhecido no balanço depois da
dedução de toda respectiva depreciação, amortização ou exaustão acumulada e
ajuste para perdas.
Valor justo é o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria pago
pela transferência de um passivo em uma transação não forçada entre
participantes do mercado na data de mensuração (ver NBC TG 46 – Mensuração do
Valor Justo)
Perda por desvalorização é o montante pelo qual o valor contábil de
um ativo ou de unidade geradora de caixa excede seu
valor recuperável.
Valor recuperável de um ativo ou de unidade geradora de caixa é o maior montante entre o
seu valor justo líquido de despesa de venda e o seu valor em uso.
Pois bem, o valor contábil já sabemos que é R$ 80.000,00, conforme nos
informa a questão. Nos falta ainda o Valor em Uso e o Valor Justo para podermos
fazer a comparação:
Valor contábil
|
R$ 80.000,00
|
Valor em Uso
|
?
|
Valor Justo
|
?
|
Perda por Desvalorização
|
?
|
·
Valor Justo
Pessoal, vejam que pela definição de valor justo, não temos
nenhum valor que pode ser enquadrado como valor de mercado em 31/12/2017, pois
a questão nos informou a previsão somente de 2018 em diante. Sendo assim, em
2017 não tinha informação sobre o valor justo.
(+) Ano 2017
|
?
|
(+) Ano 2018
|
R$ 30.000,00
|
(+) Ano 2019
|
R$ 20.000,00
|
(+) Ano 2020
|
R$ 30.000,00
|
(=) Valor justo
|
R$ 80.000,00
|
Nossa tabela de cálculo da perda fica assim:
Valor contábil
|
R$ 80.000,00
|
Valor em Uso
|
?
|
Valor Justo
|
0,00
|
Perda por Desvalorização
|
?
|
·
Valor Em Uso
Para achar o valor em uso (conforme definição acima, temos
que trazes esses fluxos de caixa para o valor presente, utilizando a taxa de
desconto informada de 12% (aqui entra a matemática financeira):
|
Valor futuro
|
Cálculo
|
Valor Presente
|
(+) Ano 2018
|
R$ 30.000,00
|
R$ 30.000*(1-0,12)^1
|
R$ 26.400,00
|
(+) Ano 2019
|
R$ 20.000,00
|
R$ 20.000*(1-0,12)^2
|
R$ 15.488,00
|
(+) Ano 2020
|
R$ 30.000,00
|
R$ 30.000*(1-0,12)^3
|
R$ 20.444,16
|
Valor presente em 2017
|
|
|
R$ 62.332,16
|
·
Valor recuperável
Nesse caso, seria utilizado o Valor em Uso, visto que, ele é
maior que o Valor Justo (zero) para
comparar com o valor contábil.
Nossa tabela de cálculo da perda fica assim:
Valor contábil
|
R$ 80.000,00
|
Valor contábil excede o valor recuperável (valor em uso)
|
Valor em Uso
|
R$ 62.332,16
|
|
Perda por
Desvalorização
|
R$ 17.667,84
|
|
No entanto, a questão foi anulada, mas por aproximação, a
resposta seria a letra D.
Fonte: NBC TG 01 (R4)
– REDUÇÃO AO VALOR RECUPERÁVEL DE ATIVOS
Olá, os valores presentes estão incorretos.
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