segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Questão 01 Exame Suficiência Contabilidade 2018_2 Prova Branca


O Balanço Patrimonial da Sociedade Empresária Alfa, encerrado em 31/12/2016, apresentava um ativo imobilizado reconhecido ao valor contábil de R$ 80.000,00. Em 31/12/2017, a Sociedade Empresária Alfa encontrou indicações observáveis de que o valor desse ativo imobilizado diminuiu significativamente ao longo do ano de 2017, mais do que seria de se esperar como resultado da passagem do tempo ou do seu uso normal. Ademais, a Sociedade Empresária Alfa tinha evidências disponíveis, provenientes de seus relatórios internos, indicando que o desempenho econômico desse ativo imobilizado seria pior que o esperado. 
Sabendo disso, a Sociedade Empresária Alfa, em 31/12/2017, reconheceu a perda por desvalorização desse ativo imobilizado, assegurando que ele estivesse registrado contabilmente por valor que não excedesse seu valor de recuperação.
Informações complementares levantadas sobre esse ativo imobilizado:
· Em 31/12/2007, as expectativas de mercado para o valor justo desse ativo foram dadas pelos fluxos de caixa futuros líquidos de despesas de alienação, sendo:

Ano 2018 R$ 30.000,00;
Ano 2019 R$ 20.000,00;
Ano 2020 R$ 30.000,00.
· Os fluxos de caixa futuros líquidos de despesas de alienação foram determinados com base no valor indicado pelas expectativas de mercado, em 31/12/2017, em relação à vida útil remanescente de 3 anos para esse ativo.
· Em 31/12/2017, a taxa de desconto que refletia avaliações de mercado sobre o valor do dinheiro no tempo e dos riscos específicos desse ativo imobilizado era de 12% ao ano.
· Em 31/12/2017, a expetativa era que, ao final de sua vida útil remanescente, o ativo teria valor residual igual a zero.

Considerando-se somente as informações apresentadas e a NBC TG 01 (R4) – Redução ao valor recuperável de ativos e NBC TG 46 (R2) – Mensuração do valor justo, assinale, entre as alternativas a seguir, aquela com o valor que mais se aproxima da perda por desvalorização do ativo imobilizado que a Sociedade Empresária Alfa reconheceu contabilmente em 31/12/2017. Considere ainda que se tratou de um ativo individual e que ele não havia sofrido nenhum tipo de reavaliação.
A) R$ 95.017,00.
B) R$ 80.000,00.
C) R$ 64.083,00.
D) R$ 15.917,00.

Resolução

Bem pessoal, numa prova de contabilidade, o candidato se depara com uma questão gigante dessas, cheia de informações, bate o desespero né? Mas não podemos nos entregar fácil (rsrs).
Mas a “coisa” não é tão feia quanto parece...
Primeiro lugar, devemos saber em qual momento se deve fazer o reconhecimento da perda por desvalorização. Pois é isso que a questão quer saber.
Via de regra, temos que reconhecer uma perda por desvalorização quando o valor contábil estiver superior ao valor justo (líquido de despesa de venda) ou de valor em uso (dos dois o maior). Para entender melhor, vamos relembrar os conceitos abaixo:
Valor contábil é o montante pelo qual o ativo está reconhecido no balanço depois da dedução de toda respectiva depreciação, amortização ou exaustão acumulada e ajuste para perdas.
Valor justo é o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria pago pela transferência de um passivo em uma transação não forçada entre participantes do mercado na data de mensuração (ver NBC TG 46 – Mensuração do Valor Justo)
Perda por desvalorização é o montante pelo qual o valor contábil de um ativo ou de unidade geradora de caixa excede seu valor recuperável.
Valor recuperável de um ativo ou de unidade geradora de caixa é o maior montante entre o seu valor justo líquido de despesa de venda e o seu valor em uso.
Pois bem, o valor contábil já sabemos que é R$ 80.000,00, conforme nos informa a questão. Nos falta ainda o Valor em Uso e o Valor Justo para podermos fazer a comparação:
Valor contábil
R$ 80.000,00
Valor em Uso
?
Valor Justo
?
Perda por Desvalorização
?

·         Valor Justo
Pessoal, vejam que pela definição de valor justo, não temos nenhum valor que pode ser enquadrado como valor de mercado em 31/12/2017, pois a questão nos informou a previsão somente de 2018 em diante. Sendo assim, em 2017 não tinha informação sobre o valor justo.
(+) Ano 2017
?
(+) Ano 2018
R$ 30.000,00
(+) Ano 2019
R$ 20.000,00
(+) Ano 2020
R$ 30.000,00
(=) Valor justo
R$ 80.000,00

Nossa tabela de cálculo da perda fica assim:
Valor contábil
R$ 80.000,00
Valor em Uso
?
Valor Justo
0,00
Perda por Desvalorização
?


·         Valor Em Uso
Para achar o valor em uso (conforme definição acima, temos que trazes esses fluxos de caixa para o valor presente, utilizando a taxa de desconto informada de 12% (aqui entra a matemática financeira):

Valor futuro
Cálculo
Valor Presente
(+) Ano 2018
R$ 30.000,00
R$ 30.000*(1-0,12)^1
   R$  26.400,00
(+) Ano 2019
R$ 20.000,00
R$ 20.000*(1-0,12)^2
   R$ 15.488,00
(+) Ano 2020
R$ 30.000,00
R$ 30.000*(1-0,12)^3
  R$  20.444,16
Valor presente em 2017


   R$ 62.332,16

·         Valor recuperável
Nesse caso, seria utilizado o Valor em Uso, visto que, ele é maior que o Valor Justo (zero)  para comparar com o valor contábil.
Nossa tabela de cálculo da perda fica assim:
Valor contábil
R$ 80.000,00
Valor contábil excede o valor recuperável (valor em uso)
Valor em Uso
R$ 62.332,16

Perda por Desvalorização
  R$ 17.667,84



No entanto, a questão foi anulada, mas por aproximação, a resposta seria a letra D.
Fonte: NBC TG 01 (R4) – REDUÇÃO AO VALOR RECUPERÁVEL DE ATIVOS

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